Cabanhas cachoeirenses de criação de ovinos historicamente alcançam grandes resultados na Expointer, maior evento pecuário da América do Sul
A qualidade do rebanho ovino de Cachoeira do Sul pode ser dimensionada pela quantidade de prêmios conquistados nos últimos anos. Somente na edição 2005 da Expointer, as cabanhas do município levaram um total de 18 rosetas. Esse número representa bem a atenção que os criadores vêm dando a aspectos como sanidade, manejo e melhoramento genético dos animais.
A Cabanha Cerro Coroado, de Armando e Teófilo Garcia de Garcia, por exemplo, costuma ser parceira de universidades em pesquisas científicas que visam melhorar a eficiência dos sistemas produtivos. Um dos estudos, com suporte técnico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), apontou que, em piquete, os ovinos não preferem o pasto baixo, pensamento que já era um paradigma para a criação. Em pastagens com até 40 centímetros de altura, os animais tiveram excelente ganho diário de peso, melhor do que com milheto de 10 centímetros.
Os irmãos Paulo e Luiz Alberto Schwab trabalham há bastante tempo com a inseminação artificial de animais das raças texel e corriedale na Cabanha dos Pinheiros e agora estão aprimorando a técnica de transferência de embriões. O aprimoramento genético do plantel é uma preocupação constante dos proprietários, que já importaram sêmen da Nova Zelândia e compraram reprodutores do Uruguai, além de investirem em material gaúcho, que também é de excelente qualidade. “Não tenho dúvidas de que Cachoeira fortalecerá sua posição como pólo na criação de ovinos”, garante Paulo Schwab.
Outro fato que comprova a qualidade genética dos ovinos foi a aquisição de todos os animais leiloados no começo de maio de 2006 pela Parceria Cachoeira Texel, que é composta pelas cabanhas Surgida, dos Pinheiros, Geribá, Lermen, Parceria SJ, Ester e Boelter. A média ficou em R$ 3,5 mil e a comercialização final atingiu a cifra dos R$ 81.750,00, surpreendendo os próprios organizadores do remate. Para uma propriedade do Paraná foram levadas três matrizes. Outras cabanhas de destaque são Fazenda Lermen, São João, Lomba Grande, Surgida e Nossa Senhora da Conceição. O rebanho cachoeirense é composto por várias raças, destacandose corriedale, texel, hampshire down, suffolk e dorper.
Outra cabanha cachoeirense que está ganhando espaço na pecuária gaúcha é a Dona Rosa, de José Luiz Pereira Dias. Com um plantel de 20 cavalos crioulos, ela começou a participar de provas de rédea somente em 2005, já tendo conquistado importantes prêmios. No 1º Potro Futuro, competição da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, por exemplo, alcançou o reservado de campeão, ou seja, o segundo lugar. Em fevereiro de 2006, a cabanha apresentou o potro campeão e o segundo melhor cavalo crioulo na categoria geral da 2ª Copa Querência, que foi realizada em Porto Alegre e reuniu animais de todo o estado, mais Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, além do Uruguai. Em exposições, a Dona Rosa possui apenas uma participação, na Feira Agropecuária de Cachoeira do Sul de 2003, quando ficou com os prêmios de campeã e reservado campeão incentivo. O investimento anual na criação dos cavalos crioulos está em torno de R$ 40 mil.