Número de passageiros no transporte coletivo urbano de Cachoeira do Sul voltou a cair em 2024

Queda no transporte coletivo de Cachoeira do Sul acende alerta: pagantes caem 11% em um ano
O número de passageiros do transporte coletivo urbano de Cachoeira do Sul voltou a cair em 2024. De acordo com dados da concessionária Transportes Nossa Senhora das Graças (TNSG), a média mensal de passageiros nos ônibus foi de 138,4 mil neste ano — uma retração de 5,8% em relação a 2023. Entre os motivos apontados está a superenchente de maio de 2024, que desestruturou rotinas e impactou diretamente a mobilidade urbana.
Mais preocupante que a queda no total de passageiros, no entanto, é o encolhimento no número de pagantes: foram, em média, 85 mil passageiros pagantes por mês, uma queda de 11% frente ao ano anterior. Em contrapartida, as gratuidades aumentaram para 47 mil por mês, crescimento de 6,35%. Entre os beneficiados estão idosos a partir de 65 anos, pessoas com deficiência e até dois acompanhantes, policiais e fiscais da Prefeitura. Estudantes têm direito à meia-passagem. Dos 85 mil pagantes, cerca de 38 mil utilizam vale-transporte concedido por empregadores.
A redução em Cachoeira do Sul acompanha uma tendência observada em diversas cidades brasileiras de médio porte. Em Santa Cruz do Sul, por exemplo, os dados da concessionária indicaram queda de 6% no volume de passageiros entre 2023 e 2024. Já em Santa Maria, o transporte coletivo registrou retração de 4,2% no mesmo período.
Desde 2020, a queda acumulada no volume de passageiros em Cachoeira do Sul chega a 50%, refletindo os efeitos duradouros da pandemia de covid-19 e a popularização dos aplicativos de transporte, que passaram a oferecer preços competitivos e mais conforto em deslocamentos curtos.
PONTO FUTURO
A projeção para os próximos anos aponta manutenção da tendência de queda, caso o modelo atual do transporte coletivo não passe por reformulações. A crescente pressão sobre os pagantes para sustentar o sistema e o aumento contínuo das gratuidades tornam o equilíbrio financeiro da operação cada vez mais difícil. Especialistas em mobilidade urbana alertam que, sem subsídios públicos, integração modal (como bicicletas e aplicativos) e modernização da frota, o sistema pode enfrentar colapso operacional. Em cidades que adotaram bilhetagem eletrônica integrada e tarifas subsidiadas, como Caxias do Sul e Curitiba, houve uma desaceleração ou até reversão na perda de passageiros.
Para saber mais
Passageiros ao longo dos anos
