Cachoeira supera dificuldades e comemora revitalização pós-pandemia, secas e enchentes

Paço Municipal restaurado, uma das conquistas culturais mais importantes deste século para o patrimônio histórico cachoeirense
Cachoeira do Sul vem superando suas dificuldades nesta década, após enfrentar três grandes estiagens, que afetaram diretamente as lavouras de verão do município, além da maior enchente de sua história, quando as águas do Rio Jacuí arrasaram com estruturas inteiras de produção rural e muitos bairros residenciais da zona urbana. Ainda assim, lidera economicamente a região e oferece oportunidades de crescimento em praticamente todos os setores.
Sua posição de polo de ensino superior vem sendo fortalecida, com novo curso no campus cachoeirense da Universidade Federal de Santa Maria e com novas inserções comunitárias do campus local da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Como polo de saúde, o Hospital de Caridade e Beneficência mantém o ritmo de obras de ampliação física e de oferecimento de novos serviços, incluindo possibilidades de hotelaria de alto nível e novos confortos para os internados via Sistema Único de Saúde.
No campo do empreendedorismo, Cachoeira implantou o Programa Cidade Empreendedora, do Sebrae, abrindo novas possibilidades de desburocratização, compras públicas e educação empreendedora. As leis passam por um processo de modernização para facilitar a abertura de novos negócios. A ocupação do novo distrito industrial do Porto do Rio Jacuí ainda se dá de forma lenta, mas a sucessão do complexo industrial da Granol para a Cargill já recebeu o anúncio de um investimento de 32 milhões de dólares para os próximos dois anos.
A perspectiva de aproveitamento do porto é quase zero, uma vez que a recuperação da hidrovia não está entre as prioridades dos governos, mas no distrito há garantia de energia para o crescimento industrial. No campo das políticas públicas, Cachoeira tem condições de ampliar sua participação nas exportações através do Programa Exporta RS, lançado este ano pelo governo do Estado, focando não apenas na grande empresa, mas também nas pequenas e médias.
Todavia, ainda existem percalços pontuais. A reconstrução da Ponte do Fandango vai fechar a passagem sobre o Jacuí por até seis meses, dificultando a logística, que ficará dependendo de balsa para a locomoção, uma vez que a estrada interna - ERS 403 - só poderá ser concluída em 2026, se não ocorrer novo adiamento.
Há também uma expectativa em torno da formação de novos polos, como o turístico, com ensaios de aproveitamento do turismo rural, o turismo de contato com o meio ambiente (navegação no Rio Jacuí) e o turismo religioso, com aproveitamento do acervo arquitetônico histórico-cultural. Já existe por lei a delimitação do Centro Histórico e preparação do empresariado para aproveitar este futuro novo fluxo de visitantes. O turismo de eventos ainda é a grande possibilidade, mas para tanto será necessário a modernização da Fenarroz e o desenvolvimento de uma agenda de atrações.

Hospital de Caridade e Beneficência é o centro do estabelecimento de Cachoeira do Sul como polo estadual em serviços de saúde
Cachoeira do Sul em 2025
COMPOSIÇÃO DA GERAÇÃO DE RIQUEZA
- 15% da indústria
- 25% da agricultura
- 60% dos serviços
EMPREGO
Fechou 2024 com 13.749 empregos formais
EMPREENDIMENTOS
Virou o ano de 2025 com mais de 6 mil empresas, 70% no setor de comércio e serviços
CONSUMO
Com mais de 33.839 veículos de passeio em 2024, 1% a mais que 2023 e 22,8% a mais que 2014, comprova-se o aumento ou pelo menos manutenção do poder de compra do cachoeirense
QUALIDADE DE VIDA
Índice de Desenvolvimento Humano em 0,749, considerado de médio para alto

Fazenda da Tafona, uma das possibilidades de turismo rural empreendidas por Cachoeira do Sul no pós-pandemia
FONTE: Jornal do Povo