O Rio Jacuí, por seu potencial de navegação e diante do desafio da água potável no novo milênio, se reveste de posição estratégica para Cachoeira do Sul na próxima década. O anúncio de que Cachoeira integrará a Hidrovia do Mercosul a partir de investimento federal já vem merecendo estudos para identificar potencialidades e gargalos no projeto de navegação pelo Rio Jacuí. Os debates buscam encontrar uma alternativa para viabilizar o uso da hidrovia. Um trabalho semelhante e bem mais amplo já está sendo feito pelo Governo do Estado, que tem uma força-tarefa tratando do assunto. A novidade é a entrada do Governo Federal na discussão com a possibilidade de incluir obras essenciais, como a dragagem do rio, dentro dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), fase II.
A vinda da Granol para Cachoeira do Sul é a peça-chave no projeto de navegação do Rio Jacuí. Antes da vinda da Granol, que é a maior interessada, neste momento, em abrir uma nova rota para escoamento da sua produção, foram vários os seminários onde as discussões trancavam na dúvida sobre a existência de carga para usar a hidrovia. A Coriscal, que até já embarcou cargas de arroz via Rio Jacuí, também está interessada, mas sozinha não teria fôlego para fazer valer os investimentos no rio. Já a Granol garante sozinha o fluxo de barcaças, pelo menos uma por dia, para escoar a produção de aproximadamente 600 mil toneladas de soja industrializada ao ano.
PROJETO - Os investimentos do PAC II podem chegar a R$ 14,5 milhões para incentivar a navegação entre o extremo sul do Brasil, em Santa Vitória do Palmar, e o centro do estado. A Hidrovia do Mercosul consta como prioridade no Plano Nacional de Logística e Transportes para ganhar forma até o final de 2011. O plano original é para ligação entre o Porto de Estrela e Santa Vitória do Palmar. O projeto foi esticado para incluir Cachoeira do Sul.