O Governo Federal está renovando as promessas de investimento no Rio Jacuí para incentivar a navegação de cargas. O projeto que vem sendo trabalhado pelo Governo do Estado ganhará ainda este ano R$ 5 milhões do Governo Federal, mas este primeiro dinheiro será usado em obras na extremidade sul da Hidrovia do Mercosul, na cidade de Santa Vitória do Palmar. As promessas que contemplam Cachoeira do Sul (R$ 15 milhões ao ano) virão a partir de 2011 e integram a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.
Segundo a superintendência da Administração das Hidrovias do Sul (AHSul), a navegação cargueira pelo Rio Jacuí depende basicamente da dragagem e sinalização do canal, um investimento de R$ 2 milhões planejado à sombra do medo de que depois de gasto o dinheiro não haja empresas interessadas em usar a hidrovia. Para Cachoeira isto não seria um problema, uma vez que somente as cargas da Granol já seriam suficientes para viabilizar o uso da hidrovia.
O projeto da Hidrovia do Mercosul tem a previsão de investir R$ 217 milhões entre 2011 e 2014. Deste total, R$ 54 milhões são destinados para dragagem e R$ 163 milhões para fazer melhorias nos terminais.Não existe detalhamento dos investimentos prometidos pelo Governo Federal e nem as carências de cada terminal portuário. A Hidrovia do Mercosul visa estabelecer um sistema de navegação a partir do município de Santa Vitória do Palmar até o porto de Estrela e Cachoeira do Sul. Para isso, é necessário navegar pela Lagoa Mirim, canal São Gonçalo, Lagoa dos Patos e rios Taquari e Jacuí. Além da navegação, o desafio é fazer a integração com o transporte ferroviário e rodoviário.
Não existe um levantamento de todas as cargas que podem ser levadas e trazidas pelo Rio Jacuí, mas existem indicadores e intenções. O maior usuário seria a Granol, que tem potencial para benefi ciar 600 mil toneladas de soja por ano. Cálculos da Navegação Aliança dá conta de que dentro de cinco anos a região deverá escoar cerca de 6 milhões de toneladas de madeira para atender a demanda da CMPC Celulose Riograndense, antiga Aracruz. A empresa espalhou pela região central do estado uma quantidade muito grande de florestas que precisam ser levadas para Guaíba para serem beneficiadas. A dúvida, portanto, não é sobre a existência de cargas para sair de Cachoeira do Sul, mas se haverá cargas para subir o Rio Jacuí de volta a Cachoeira do Sul.